A tonalidade originariamente branca da luz do Sol ou da Lua altera-se com o horário do dia / noite. Isso porque, devido ao movimento da Terra, do Sol e da Lua, no início e no final do dia a luz emitida por eles (no caso da Lua, refletida do Sol) tem que percorrer uma trajetória bem maior até o ponto onde estamos (porque vem de um local próximo do horizonte) do que na metade do dia (porque vem de um local alto e portanto com trajeto menor). E quanto mais a luz caminha pela atmosfera, mais vai sofrendo um efeito de ‘filtro’ pelas partículas existentes no ar. Os comprimentos de onda menores da luz (em direção ao azul no espectro luminoso) são dispersados pelas partículas da atmosfera com mais facilidade do que os maiores (tonalidades avermelhadas). Quanto maior é o trajeto da luz pela atmosfera, mais a ação dessa filtragem torna-se evidente; como esse percurso, pela geometria da Terra e a posição do Sol / Lua é bem mais extenso no início e no final do dia, a cor tanto do Sol quanto da Lua nessas horas tende ao avermelhado.
No entanto, quando muda-se do meio ‘ar’ para o meio ‘água’, acontece algo diferente. Ao invés da dispersão, é a absorção dos diferentes comprimentos de onda da luz que acarreta perda de cores conforme mergulhamos mais e mais profundamente. Na água, é a cor vermelha a que é absorvida com mais facilidade e a azul a que ‘sobrevive’ por mais tempo. Em outras palavras, quando maior a profundidade, menos luz vermelha haverá; a azul é a que persistirá por mais metros. Via de regra, costuma-se dizer que, em águas límpidas, a mais de 3m de profundidade não existe mais a cor vermelha, a mais de 5m, a cor alaranjada, a mais de 10m a cor amarela, a mais de 18m a cor verde e além dessa profundidade, sobrará somente o azul. Aumentando ainda mais a profundidade, o azul vai escurecendo até que o próprio ambiente fica escuro, exigindo luz artificial para locomover-se.
A mesma situação acontece quando, estando-se em determinada profundidade, aponta-se a câmera para algo à determinada distância: da mesma forma, a luz terá que trafegar por esse caminho até chegar à câmera e como normalmente é algo que não possui luz própria (ela vem de cima), soma-se também a distância da profundidade. Assim, um peixe vermelho, a 1,5m de profundidade, é visto nessa cor se estivermos até 1,5m de distância dele (somam se os 1,5m da profundidade e os 1,5m da nossa distância ao peixe). Se nos afastarmos um pouco, essa cor vermelha será completamente perdida no registro da câmera. A dica então é aproximar-se bastante do objeto a ser gravado (animal, planta, rocha…) se a intenção for preservar sua cor original. E, como já é costume nesses casos, levar consigo iluminação artificial.
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